"Estou sempre a fazer aquilo que não sou capaz, numa tentativa de aprender como fazê-lo!"
Pablo Picasso


sábado, 23 de abril de 2016

Paço do Lumiar


É daqueles sítios que gosto imenso, No Paço do Lumiar com recantos que dão vontade de desenhar para onde quer que olhemos.
Mas hoje só houve tempo para uma breve e monocromática paragem. A minha lista de locais a revistar para desenhar está a aumentar...


Museu do Traje

Hoje passei pelo museu do traje mas não passei da entrada porque só fui lá mesmo para fazer um desenho. Uma repetição aliás, porque nos finais de Dezembro fiz um desenho aqui mesmo. Mas como não fiquei satisfeito decidi repetir. Desta vez também não fiquei, mas pelo menos tinha comigo uma caneca termo com chá verde da Gorreana que me fez companhia.
Este local não é dotado de uma particular dificuldade. Difícil é não desenhar mais do que o necessário , não sobrecarregar o desenho com elementos redundantes e supérfluos mas por outro lado não descurar os detalhes que estão presentes no edifício. 

Assim, esta publicação vai ser um tanto dinâmica, com o evoluir da questão!





sexta-feira, 22 de abril de 2016

Desenhar, Redesenhar...

Gosto deste exercício, quando gosto do cenário.
Desenho uma primeira vez e depois repito com um sabor especial. Estes desenhos para mim são como uma conversa como um amigo que gosto de manter sem que nunca seja repetitivo.

Mas como nem sempre se fala do mesmo, o primeiro desenho ficou melhor que a repetição

Quinta do Leite, Laveiras







quinta-feira, 21 de abril de 2016

Entre duas ruas

No Lumiar (a mais antiga freguesia de Lisboa) existem recantos curiosos que arrisco dizer serem únicos.
Este em particular, trata-se de um pátio entre a Rua Manuel Ferreira e a Rua do Lumiar. O pátio José Fernandes (é assim que aparece no site da CML) que nem se vê da rua e faz a ligação entre as duas ruas. É como se fosse um espaço que sobrou entre os edifícios à volta.
Quem vem da Rua do Lumiar mal vê a passagem que nem se distingue de uma qualquer entrada numa das casas e o acesso ao largo é feito por aquela passagem no canto.
Curiosos são também os edifícios que surgem descascados a mostrar arcos em tijolo maciço.
Aproveitei também para exercitar o desenho das janelas, mas lamento a hora e a ausência de sombras que deixaram tudo um tanto "liso"




Janelas ou não janelas... eis a questão

Tenho sempre esta dúvida sobre como desenhar as janelas. Por vezes represento a caixilharia, ainda que de forma simplificada, mas caio no erro de simplificar demais e ter alguma dificuldade em distinguir uma janela desenhada por mim de uma desenhada pela minha filha de 7 anos. Tão pouco perceber o que é que ando afinal a fazer há tantos anos a (tentar) desenhar para ter dúvidas destas.

É certo e sabido que nunca se sabe tudo sobre desenho, (aliás nunca se sabe tudo sobre seja o que for...) mas este caso irrita-me particularmente porque é daquelas coisas que pode arruinar por completo um desenho, ou torna-lo fantástico mesmo que todo o resto esteja uma perfeita catástrofe.
Tento sempre evitar o cair no "tique" de desenhar seja o que for com certos jeitos e maneirismos só porque sim. Da mesma forma que tenho vindo a evitar desenhar linhas desnecessárias e sintetizar não só o que represento, mas também como represento. Vejo por vezes desenhos fabulosos como por exemplo os do L.K.Bing preenchidos com um frenesim de linhas onde tudo faz sentido, mas acabo por me identificar mais com um tipo de desenho mais depurado e onde a complexidade surge não como resultante de um somatório de riscos amorfos, mas pela presença de elementos representados na sua essência  que efectivamente façam parte da cena e onde a hierarquia da sua representação da forma mais simples, seja de facto o que lhe confere mais sofisticação.

Por isso mesmo hoje experimentei fazer de forma diferente. Desenhei o contorno dos vãos pelo limite exterior das cantarias e por dentro pintei apenas o escuro da janela, ignorando por completo as linhas da caixilharia que tantas vezes tendo a desenhar e que me sobrecarregam o desenho para além de qualquer limite aceitável...
O resultado está ao nível de um esquisso rápido ao almoço com um pincel da Pentel (daqueles com reservatório de água) que reduzem a precisão à era do paleolítico e me deixam a pintar qual mamute ferido...(também serve como uma excelente desculpa quando não se consegue fazer melhor... "era do pincel e tal...") mas a ideia é esta: Representar apenas a mancha do vidro e deixar em branco o que se definirá sem necessidade de linhas como o caixilho.
Também foi um bom exercício "Tea-Milk-Honey" que permitiu hierarquizar os elementos e dar uma profundidade extra às janelas.






Tentar, errar, repetir, tentar, errar, repetir...

Desenhar é este constante exercício, esta constante aprendizagem.
Não se trata de "jeito", mas de dedicação, de amor, de resilência e até teimosia. 
É apurar a sensibilidade, a capacidade de síntese e viver em constante treino, em constante alerta.
É tentar, errar e repetir sem que nunca o resultado conforme ou apazigue a mente.
O Desenho não é um ponto de chegada mas sim um constante início.