"Estou sempre a fazer aquilo que não sou capaz, numa tentativa de aprender como fazê-lo!"
Pablo Picasso


domingo, 29 de maio de 2016

Prédios Amarelos

Ali para os lados da Avenida do Brasil existe um conjunto de prédios amarelos, revestidos a azulejo. Sempre achei engraçado este conjunto, bem como as lojas que ocupam os espaços entre eles, sem bem que comercialmente poucos resultaram tão bem como seria desejado. É onde está um excelente restaurante indiano, pelo menos. 
Este desenho foi feito do parque de estacionamento da Rua Aprigio Mafra. O sol estava um bocado forte e a posição de desenho dentro do carro deixou-me a mão dormente e cheio de calor. 


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Igreja do Lumiar

Largo da igreja do Lumiar, desta vez sem as linhas da caneta. Não me apeteceu neste dia...

terça-feira, 24 de maio de 2016

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Tetrapodos

Tetrapodos em Santa Clara
Ponta Delgada - Açores - Portugal 
28cm x 39cm
Clairefontaine Etival 300g Watercolour paper


domingo, 22 de maio de 2016

Estudo de uma árvore

O desenho é a grafite com uma aguada a aguarela e lápis de cor.
Foi baseado num estudo que vi num livro, mas já não me lembro nem do autor nem onde para o livro que era mesmo só sobre desenhos de árvores.
Este fiz nos finais da decada de 90


sábado, 21 de maio de 2016

(Re)Canto de rua

Algures no Lumiar passei por um recanto engraçado, limitado por dois prédios revestidos a tijolo de burro que me chamaram à atenção. O conjunto forma quase um beco senão fosse uma minúscula passagem pedonal que liga à Rua Alexandre Ferreira. Claro está que o recanto, sendo as traseiras destes dois prédios serve ( e muito bem ) para estacionar os carros da vizinhança.

Estava eu entretido delinear as primeiras linhas do meu esquisso quando sou abordado por uma senhora que me veio perguntar o que é que eu estava a fazer. Curiosa se não estaria a anotar as matriculas dos carros. Expliquei-lhe o que ali fazia, até lhe mostrei alguns desenhos do meu caderno. Satisfeita com a explicação, sorriu e lá seguiu para as compras que ia fazer.
Nem cinco minutos depois, uma outra senhora dirige-se a mim e faz-me exactamente a mesma pergunta... Novamente expliquei-lhe e mostrei até alguns desenhos que já tinha feito. Tal como da primeira vez fiz vez à senhora que se quisesse anotar matriculas tirava uma fotografia com o telemóvel e ía-me embora, mas a minha presença pareceu estranhamente ameaçadora. Se aparecia mais alguém a perguntar o que estava ali a fazer, juro que fazia um workshop de urban sketching logo no momento...
Fica o registo que acabou feito à pressa e com demasiados riscos. Não gosto daqueles desenhos que parecem ser feitos a meio de convulsões, mas gostei da forma como saíram os carros.
A cor dei quando cheguei a casa.


Skyline Suburbano

No meio dos prédios da Calçada de Carriche.
De repente aquele emaranhado de marquises e construções que se atropelam, esta imagem pareceu-me bonita... e até gostei do resultado, para variar.


1994

Uma aguarela que fiz em Valhelhas em 1994, ou seja há 22 anos...
Isto faz-me aperceber de duas coisas:
1 - Há 22 anos desenhava muito melhor que hoje
2 - Estou a ficar velho
3 - Guardo muito mal os meus desenhos


quinta-feira, 19 de maio de 2016

O meu estacionamento favorito

Não deixa de ser triste o estado a que estes edifícios estão vetados. Pior ainda quando fazem parte de um património que tarda em ser reconhecido e valorizado.
Entretanto serve este espaço como parque de estacionamento e nas minhas horas de almoço, como um dos destinos de eleição para fazer um sketck.



Valhelhas

É sempre a imagem que retenho. A fonte onde paro todas as vezes que lá chego para beber água. O pelourinho, soberano sobre toda a praça e a igreja meio de esguelha entre a estrada que rasga a aldeia e as suas solenes casas de pedra. O cheiro a lenha no inverno, a rua que desce para a padaria, a brisa que serpenteia por entre as ruas nas tardes quentes de verão.
Desenhei-a poucas vezes, ou pelo menos não tantas quanto gostava. Este desenho já foi em 2013, ao fim de uma manhã de Agosto. Sentado nos bancos do jardim da igreja, do outro lado da rua, à sombra porque o Sol já se fazia anunciar bem quente.

Na fonte a placa sobre as bicas de onde jorra incessantemente uma água cristalina e misteriosamente fresca: "Que eu desta glória só ficarei contente: que a minha terra amei e a minha gente" dizia o poeta Corrêa Garção usando a frase do poeta quinhentista António Ferreira.
Segundo consta, Corrêa Garção adoptou esta aldeia como sua e nutria por ela e pelos seus habitantes um profundo carinho. Morreu novo, com apenas 48 anos em 1772. Possivelmente conheceu esta aldeia enquanto estudou em Coimbra. Muito diferente na altura, sem duvida. Gostava de a ter conhecido como ele a conheceu, com o castelo (destruído nas invasões francesas), quando a ponte filipina era a única entrada nesta aldeia que foi vila, sem alcatrão, nem fios eléctricos pelo ar, nem fogos florestais.

Só mesmo vindo aqui desde que me lembro ser gente e por todas as vezes que ia até ao rio com o meu avô para quando voltarmos a minha avó ter o almoço à nossa espera, por todas férias que aqui passei com os meus pais e o meu irmão, onde em crianças fazíamos aqui o nosso reino de fantasias e aventuras, por todos os amigos que já aqui trouxe e por trazer agora aqui a minha mulher e as minhas filhas, orgulhoso de lhes mostrar esta terra que não é minha e de lhes dar a provar a água desta fonte, arrisco dizer como o poeta nesta frase que não se lê, sente-se!

Que eu desta glória só ficarei contente: 
que a minha terra amei e a minha gente



Perdido

De vez em quando encontro desenhos que já nem me lembrava que tinha feito, como é o caso deste que fiz em Janeiro deste ano, num dia que fui dar uma volta ali para os lados da Sé para desenhar.
As cores é que ficaram muito trocadas... culpa do scanner!


Pela 4ª vez

Já se tornou um habito, sempre que passo ali, paro o carro uns minutos, abro a janela e faço o desenho. Acho que já desenhava este cenário de olhos fechados, mas há sempre qualquer coisa que não fica igual.



quarta-feira, 18 de maio de 2016

Schmincke, Horadam... para as aguarelas a sério

Consegui finalmente completar a minha caixa da Schmincke com as aguarelas da série Horadam que me faltavam. Claro que vão sempre faltar, ou simplesmente devia ficar pelas cores básicas e misturar como se faz "à séria", mas as pastilhas dão imenso jeito para o tipo de aguarela que faço (aquelas borradas que publico).
Para mim estas são as melhores aguarelas, pelo menos das que experimentei. Os resultados são em regra geral muito satisfatórios quer em termos de cor, transparência e até mesmo controle da intensidade do pigmento.






sábado, 14 de maio de 2016

Almoço inesperado

De passagem por Torres Vedras encontrei um sítio fantástico onde parámos para almoçar!
A simpatia e a bela comida acompanhadas por uma cerveja divinal deixaram-nos com vontade de lá voltar!
A simpatia da Sra. Luisa, do Sr. Gonçalo e Sra. Aduzinda da Casa Boémia são uma especialidade tão deliciosa como a comida do nosso almoço!

 o aquecimento antes da comidinha
 Depois havia que assinar o livro de visitas...
 Os rabiscos pelas ruas de Torres Vedras

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Calçada de S. Lourenço

Aprendi a tratar aquela casa com a reverência merecida, apesar da sua evidente modéstia, por ser a casa da minha Bisavó.
Eu era apenas um miúdo mas nunca me esqueço de subir por entre estas ruas e escadas com a minha mãe e o meu irmão como se a cada vez fossemos cruzados a tomar Lisboa que primeiro paravam no Manuel Tavares para se abastecerem com amêndoas que iam trincando pelo caminho. Depois sim, o ziguezague por entre as ruas estreitas e para rematar, as escadas dentro do prédio tão acentuadas que mal cabia um pé e a subida até ao segundo andar mais parecia uma escalada.
Lembro-me dos cheiros, de ir lá no verão e a casa estar sempre fresca. Lembro-me da cozinha, da sala e do barulho que o telefone fazia quando tocava. Lembro-me de todas as histórias que ela me contava e da hora de ir embora que era sempre cedo demais.
Hoje fui visita-la, mas já não subi, já não está lá. Já não está lá há mais de 30 anos. A janela da cozinha que estava sempre aberta, agora está triste e sombria como um olhar vazio, e o negro que se vislumbra a igualar o vazio deixado na partida.
Uma casa não o é só pelas paredes que a formam, mas pelo que estas contém. Quando as paredes apenas contém silêncio já não formam uma casa, apenas o eco nas formas dos quadros há muito retirados da parede.


No Hospital

Numas urgências do Hospital de Santa Maria há sempre algumas caras e expressões que se proporcionam a um desenho rápido, sempre meio às escondidas, como quem tira uma foto sem querer ser apanhado. E há sempre umas que se destacam e às vezes me deixam a pensar.
Aquela miúda ( da página da direita) não devia ter mais que 19 anos. Veio sozinha às urgências. Não é bonita nem feia, nem alta nem baixa, nem gorda nem magra. De facto é a pessoa mais normal que ali está, não fosse o pormenor de vir sozinha e estar cabisbaixa embrenhada numa expressão da mais profunda tristeza. Está tão longe dali que nem sei se algum dos nomes que já chamaram foi o dela. Está tão distante que mal se mexe e os olhos postos no chão anunciam uma vontade de chorar que certamente se fará presente mais tarde, talvez quando sair dali, já em casa.
Não te conheço, mas fiquei a desejar que tudo esteja bem contigo miúda.


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Para os lados de S.Bento

De vez em quando também há ilustrações para fazer, daquelas que serão posteriormente impressas em offset. 
Também gosto deste ar limpinho onde as cores lisas contrastam com as linhas tremidas.
Já experimentei diversos softwares de desenho, mas acabo sempre por desenhar à mão levantada e trabalhar a cor sobre a linha.

domingo, 8 de maio de 2016

Já lá vão 3 anos...

Santa Clara, Ponta Delgada - Açores - Portugal 
28cmx38cm
Claifontaine Estival watercolour paper 300g



sábado, 7 de maio de 2016

monstros

Construídos há cerca de 50 anos, estes prédios no Lumiar absorvem o desnível entre duas ruas. Chegam a ter 7 andares onde 4 são em cave.
São gigantes monolíticos que parecem ter saído do cenário do Blade Runner, construídos sem o mínimo cuidado com qualquer regra urbanística ou até mesmo bom senso, uma Kowloon em miniatura (ok, talvez esteja a exagerar). 



sexta-feira, 6 de maio de 2016

Já em Torres Vedras...

Ontem foi dia de matar saudades do meu amigo Paulo Brilhante e de o fazer chegar inteiro a Torres Vedras para a formação que vai dar nos próximos dias.
Tenho pena que a chuva não nos tenha ajudado e não deu para relembrar com alguns desenhos "à séria" a minha companhia nos rabiscos que fazíamos quando vivi em Ponta Delgada.
Sem dúvida que o dia valeu mais pela companhia do que pelos desenhos que fiz.
Com muita pena minha não poderei estar em Torres Vedras este fim-de-semana já que a minha filha está prestes a nascer e não posso andar muito longe :)

Valeu também a possibilidade de ver ao vivo um caderno que o Paulo trouxe com desenhos fabulosos, mas que ele na sua genuína modéstia, insiste em dizer que não são nada de especial.