"Estou sempre a fazer aquilo que não sou capaz, numa tentativa de aprender como fazê-lo!"
Pablo Picasso


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

4º Encontro Internacional de Desenho de Rua

Finalmente consegui ir!
Foi um belo fim de semana passado entre amigos que revi, outros que finalmente conheci pessoalmente e alguns novos amigos que fiz.
Confesso que o sábado ficou aquém das expectativas, mas o domingo por sua vez superou-as!

Num caderno pequenino da Hannemulle, mas surpreendemente eficaz fiz estes três esquissos que muito me satisfizeram.

Deixo um agradecimento especial ao Pedro Alves pelas dicas!








quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Estrada de Chelas

De passagem! Não resisti ao enquadramento e estacionado em cima do passeio desenhei confortavelmente sentado no carro.


Rua do Vale Formoso de Cima/ Zófimo Pedroso

Ainda Lisboa Oriental, no seguimento da iniciativa dos Urban Sketechers, mas desta feita a desenhar alguns recantos que não estavam na lista. Uma espécie de álbum só com lados B, mas igualmente (senão mais) satisfatórios.

Lembro-me daquela rua que sobe à esquerda desde pequeno. Havia lá um sapateiro neste troço da rua que terminava sob o grande arco de pedra da ponte do comboio que parava na estação mais próxima de Braço de Prata.
A rua empedrada continuava, serpenteando esguia por entre as casas, passando pelo Júlio dos caracóis e atravessando a Av Infante D. Henrique como se nada fosse até parar no quartel dos bombeiros. Ladeada por uma ou outra azinhaga e muros altos de pedra cuja origem se perdeu tal como a forma inicial da rua agora interrompida pela largura das modernas vias de circulação com 3 faixas para cada lado e radares que nos penalizam sempre que andamos a mais de 50 km/h. Sinais do tempo. Nunca pensei ver-me a dizer isto quando aprendi a andar de bicicleta nesta mesma rua não muito longe daqui quando o transito permitia estas brincadeiras na rua sem preocupação.
Resta o barbeiro que certamente não será a mesma pessoa que me cotava o cabelo quanto tinha 10 anos, mas é curioso ver que o lugar se mantém assim como a minha escola e uma ou outra tasca onde aí sim, a curiosa fauna parece manter-se indelével. A mercearia já fechou há muitos anos, quando o Sr. Joaquim fechou os olhos para sempre e foi para junto da sua Olivia. Resta a memória dos cheiros, do som que os carros faziam no empedrado e de uma ou outra imagem de uma rua ou de uma casa que agora se faz notar pela sua ausência.
É o lugar que já não é. Uma sucessão de referências a memórias interrompidas e inacabadas que apenas deixam imaginar, para os mais atentos, a história que se esconde por detrás destes amontoados de pedras agora vazios, ou cheios de silêncio se preferirem. 
A voltar sem dúvida.