É sempre a imagem que retenho. A fonte onde paro todas as vezes que lá chego para beber água. O pelourinho, soberano sobre toda a praça e a igreja meio de esguelha entre a estrada que rasga a aldeia e as suas solenes casas de pedra. O cheiro a lenha no inverno, a rua que desce para a padaria, a brisa que serpenteia por entre as ruas nas tardes quentes de verão.
Desenhei-a poucas vezes, ou pelo menos não tantas quanto gostava. Este desenho já foi em 2013, ao fim de uma manhã de Agosto. Sentado nos bancos do jardim da igreja, do outro lado da rua, à sombra porque o Sol já se fazia anunciar bem quente.
Segundo consta, Corrêa Garção adoptou esta aldeia como sua e nutria por ela e pelos seus habitantes um profundo carinho. Morreu novo, com apenas 48 anos em 1772. Possivelmente conheceu esta aldeia enquanto estudou em Coimbra. Muito diferente na altura, sem duvida. Gostava de a ter conhecido como ele a conheceu, com o castelo (destruído nas invasões francesas), quando a ponte filipina era a única entrada nesta aldeia que foi vila, sem alcatrão, nem fios eléctricos pelo ar, nem fogos florestais.
Só mesmo vindo aqui desde que me lembro ser gente e por todas as vezes que ia até ao rio com o meu avô para quando voltarmos a minha avó ter o almoço à nossa espera, por todas férias que aqui passei com os meus pais e o meu irmão, onde em crianças fazíamos aqui o nosso reino de fantasias e aventuras, por todos os amigos que já aqui trouxe e por trazer agora aqui a minha mulher e as minhas filhas, orgulhoso de lhes mostrar esta terra que não é minha e de lhes dar a provar a água desta fonte, arrisco dizer como o poeta nesta frase que não se lê, sente-se!
Que eu desta glória só ficarei contente:
que a minha terra amei e a minha gente
Lindo sketch duma zona que conheço bem... também eu lá paro<<<<<1
ResponderEliminarAbraço
Lindo demais!
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